quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A questão do uso das sacolas plásticas

Recentemente, na reunião do dia 15/11/2008, a ONG da qual faço parte, o Instituto Univida de Proteção Animal, deliberou, por unanimidade, aderir à campanha de abolição das sacolas plásticas que havia sido levantada pelo Centro de Estudos e Conservação da Natureza - CECNA, conforme noticiado anteriormente pelo jornal A Voz da Serra.

Sabemos que o plástico é um material de difícil decomposição e que muitas dessas sacolas descartáveis acabam parando em locais errados, como o nosso rio Bengalas, por exemplo. E, mesmo havendo projetos de reciclagem envolvendo o plástico, nem todo o material é 100% reaproveitável. E isto certamente contribui para que todos nós paguemos uma conta bem alta para a EBMA pelo serviço de coleta, cuja previsão orçamentária para o próximo anos é de R$ 9.000.000,00 (nove milhões de reais).

Sem dúvida que é louvável as entidades ambientalistas, bem como alguns estabelecimentos comerciais, confeccionarem suas sacolas de pano, com suas respectivas logomarcas, a fim de incentivar as pessoas a abandonarem o uso constante das sacolas de plástico descartáveis, ainda que tal iniciativa seja um trabalho meramente simbólico. E tenho notícias de que uma loja de produtos naturais da cidade adotou como procedimento proporcionar descontos de R$ 0,05 (cinco centavos de real) para o consumidor que vier às compras acompanhado de sua sacola.

Outrossim, sabemos que o uso das sacolas plásticas gera despesas para o comércio local, influenciando não só no orçamento das micro e pequenas empresas como também nas grandes de modo que em outros países a embalagem e a sacola descartável são cobradas separadamente. E algumas empresas no Brasil já não fornecem mais embrulhos para presente enquanto outras cobram um acréscimo, o que acho uma iniciativa louvável já que se trata de algo verdadeiramente inútil.

Atuando no Brasil desde 1995 e pertencente ao grupo Wal-Mart, o SAM’S CLUB não fornece sacolas plásticas gratuitamente aos seus consumidores ainda que seus produtos sejam fornecidos em embalagens regulares ou tamanho família já que se trata de um supermercado atacadista. No entanto, se práticas como estas fossem adotadas aqui em nossa cidade pelo ABC ou pela Casa Friburgo causaria uma enorme insatisfação no público que ainda não tem consciência do custo ambiental das sacolas plásticas. E, verdade seja dita que nenhum empresário em sã consciência quer perder vendas, nem mesmo aqueles que são adeptos das causa ambientais.
Minha conclusão é que dificilmente a edição de uma Lei mudaria esse quadro. Pois o que realmente precisamos é de uma ação conjunta de todos os comerciantes de Nova Friburgo objetivando abolir o uso das sacolas descartáveis. Deste modo se, numa reunião da ACIANF, ficar decidido que, a partir de 2009, todos os empresários passarão a cobrar separadamente pelo fornecimento da sacola descartável, alcançaremos um padrão de consumo desejado em toda a cidade, imprimindo um novo comportamento social e sem causar uma perda de vendas para os estabelecimentos comerciais.

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