A previsão de chuvas abaixo da média, a queda no nível dos
reservatórios e provável aumento da geração térmica associados ao crescimento
do consumo total até o final do ano levam a possibilidade de retomada do
acionamento da bandeira tarifária amarela, o que traria impacto no custo de 15
R$/MWh. As informações constam do estudo inédito – o boletim de conjuntura do
setor elétrico brasileiro – que será divulgado trimestralmente pelo Sistema
FIRJAN.
O estudo, que avalia três indicadores essenciais à indústria
– consumo, geração e custo -, mostra que o setor industrial sofreu o impacto
mais significativo no consumo, com queda de 5,7% na comparação entre o primeiro
semestre de 2016 e mesmo período do ano passado. A região Nordeste foi a mais
atingida no primeiro semestre, com retração de 10,7% no consumo de energia pelo
setor produtivo, seguida pelas regiões Sudeste (- 6,6%) e Sul (- 4,1%). Já as
regiões Norte (+ 1%) e Centro-Oeste (+ 0,6%) apresentaram leve crescimento em
2016. Ainda assim, apesar da queda registrada no primeiro semestre, a tendência
é de aumento do consumo total de 0,5% em todo o país este ano em relação a
2015.
Em relação à geração, verificou-se que o nível médio dos
reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) era de 49,1% no final de
julho, um aumento de 6,9 pontos percentuais desde o início do ano. Conforme
análise por subsistema, há previsão de queda em todas as regiões na comparação
com o fechamento do mês de julho em função de o país atravessar o período seco.
No primeiro semestre, a geração hidrelétrica representou 77% do total produzido
no país, enquanto que a eólica foi de 4,4% e a térmica, 18%.
A redução do patamar de geração termelétrica este ano trouxe
menores reajustes das tarifas das distribuidoras no mercado cativo na comparação
com o ano anterior. Além disso, permitiu o desligamento da bandeira tarifária
vermelha, que impactava o custo em até 45 R$/MWH. Entre dezembro de 2015 e
julho de 2016, houve queda 5% em termos reais no custo médio de energia para o
setor produtivo. O impacto, porém, foi pouco significativo já que, no acumulado
dos últimos três anos, o aumento foi de 57,7%, o que reforça a perda de
competitividade enfrentada pela indústria nacional.
Acesse o estudo completo AQUI
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