A pedido da força-tarefa Lava Jato do Ministério Público
Federal (MPF) no Rio de Janeiro, o agente fazendário Ary Ferreira da Costa
Filho teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, para ampliar as
investigações sobre a organização criminosa liderada pelo ex-governador Sérgio
Cabral. A ordem de prisão e o mandado de busca e apreensão em nove imóveis
foram cumpridos nesta quinta-feira, 2 de fevereiro, pela Polícia Federal
(processo 0510300-33.2016.4.02.5101).
Os nove procuradores da força-tarefa classificaram Ary Filho
como “um dos operadores financeiros mais importantes” da organização chefiada
por Cabral. As investigações apontam que Ary Filho e outro ex-assessor do
ex-governador, Carlos Miranda, cometeram lavagem de ativos usando a LRG
Agropecuária (antiga consultoria GRALC) e as concessionárias de automóveis
Eurobarra e Americas Barra. O MPF considerou a consultoria um empreendimento
peculiar, pela notável oscilação do faturamento entre 2007 e 2015.
A proximidade entre Ary Filho e Cabral é demonstrada pelas
sucessivas nomeações para assessorar o político na Assembleia Legislativa
(1996), Senado (2004) e governo do Estado (2007 e 2010). O assessor especial do
ex-governador pediu sua exoneração em julho de 2010 e retornou ao cargo em
outubro, após a campanha à reeleição. Ele se manteve nesse cargo no governo
Pezão, do qual pediu sua exoneração depois do oferecimento da denúncia da
Operação Calicute, em dezembro passado.
Bloqueio de bens – O MPF também teve atendido o pedido para
tornar indisponíveis sete imóveis, na Barra, Recreio, Freguesia e Búzios, e
dois automóveis (um Chevrolet Camaro 2014/15 e um Jeep Grand Cherokee 2015/15)
em nome do investigado. A Justiça ainda ordenou o bloqueio cautelar dos mais de
R$ 8,8 milhões já depositados por Ary Filho nas contas da Eurobarra e Americas
Barra. Sua finalidade é assegurar eventual reparação dos danos decorrentes dos
crimes cometidos.
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