A pedido do Ministério Público Federal (MPF) no Rio de
Janeiro (RJ), a Polícia Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira, 1º de
junho, nove mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva contra o
empresário do ramo de alimentação Marco Antonio de Luca.
Os mandados foram
expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que também
determinou o bloqueio de bens no valor de até R$ 12.595.700,00. As
investigações conduzidas pela Força Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro
apontam que Marco Antonio de Luca integra a organização criminosa chefiada pelo
ex-governador Sérgio Cabral e realizou o pagamento de propina para receber
benefícios em contratos com o governo do estado, que incluem o fornecimento de
merenda escolar e alimentação para os presídios.
Apenas a empresa Masan Serviços Especializados, uma das
maiores contratadas pelo Estado do Rio de Janeiro para fornecimento de merenda
escolar e alimentação aos detentos, recebeu o total de R$ 2,1 bilhões em
contratos com o governo. No curso da investigação, chamou atenção o crescimento
na quantidade e valor global de contratos do grupo empresarial ligado a De Luca
a partir de 2010. A Masan, que possuía apenas dois contratos em 2008 no valor
de R$ 2,3 milhões, chegou a ter 26 contratos em 2015. Já a Comercial Milano
Brasil Ltda, pertencente ao mesmo grupo familiar, chegou a ter 41 contratos em
2016, no valor global de R$ 300 milhões.
Além disso, a empresa Masan firmou ao menos seis contratos
com o Comitê Organizador da Rio 2016, o que indica possível influência da
organização criminosa. Por esse motivo, também foi solicitado que o Comitê
apresente, em 24 horas, informações sobre os contratos.
A quebra de sigilo telefônico identificou dezenas de
ligações telefônicas entre De Luca e outros integrantes da organização
criminosa, como Hudson Braga, Luiz Carlos Bezerra, Sérgio Cabral e Wilson
Carlos. Há também o registro fotográfico da presença do empresário na festa que
Cabral fez em Paris.
Para os procuradores da República que integram a Força
Tarefa, a medida cautelar de prisão preventiva é necessária devido à influência
que De Luca ainda exerce sobre as instâncias decisórias do Estado do Rio de
Janeiro. “Persiste sua atuação no ramo da alimentação, inclusive nas licitações
de fornecimento de refeições diárias a unidades prisionais, escolas e
hospitais, permitindo a continuação do esquema criminosa na área da prestação
de serviços especializados no estado do Rio de Janeiro”, afirmam na petição.
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